POEIRA CÓSMICA
Sou poeira de estrela
Trazida pela tempestade No ventre, à luz de vela Em canto escuro da cidade. Sou do tempo de andar de trem De capital à beira mar Muito bom lá pensar Novas ideias trazidas do além. É no vagaroso do rio, De água antes aprazível, Que sinto a dor correr fio De sua veia, visível. A dor maior é da ideia Que corre o corpo, sem dor, Mas sangra na cheia Do rio, hoje sem pescador. O trem virando a curva Leva também um tanto de amor Que se dilui na água da chuva Espalhando-se no sopro de calor.
Paulo Cezar S Ventura
Enviado por Paulo Cezar S Ventura em 05/02/2020
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