BOCEJO DOMÉSTICO
Entrei nas roupas
depois do bocejo doméstico na manhã invernal. Não tenho medo do futuro. Penso que ele me suportará pois não tenho a convicção dos idiotas, tenho a dúvida! A dúvida que me faz qualquer, pensador das utopias prosador das ficções leves e lúdicas. A dúvida me faz universal na pequena aldeia onde moro pequena aldeia de cidade grande quatrocentos metros quadrados de quase virtualidade do mundo grande aldeia de calangos! Vestido para grandes dias deixo a aldeia para viagem. Claro, de ida e de volta: nenhum pedágio não pago impedirá meu retorno a meu castelo de cores grenás em minha aldeia quase-virtual incrustada em paradoxos urbanos: Seguranças inseguras Solidão acompanhada Vácuos em meios materiais Argumentos desalinhavados. Como minha morena está bonita Em seu novo corte de cabelo! Durante meu bocejo doméstico na manhã invernal contemplando pássaros da aldeia quase-virtual vivo aquele momento da transformação da ficção em virtualidade quase-real momento justo da curvatura da vara curva da vida instantes memoráveis de quase-qualquer que sou.
Paulo Cezar S Ventura
Enviado por Paulo Cezar S Ventura em 28/02/2020
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